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Foto:Beto Picolo |
A curiosidade é um “estado de espírito” que já deve ter matado muitos gatos por aí, mas, felizmente, o meu parece ter sete (ou mais)
vidas. O auge disso foi a fase em que eu estava
começando a aprender sobre fotografia, época em que qualquer informação
era transformada em cliques. Fazia do Sr. Google e dos hiperlinks nos
sites os meus melhores amigos para descobrir novas fontes de informação.
Vez ou outra, me pegava perdido com tantas janelas abertas no
navegador, tamanha era a minha vontade de aprender e tantos eram bons os
sites que encontrava nessa minha busca (quase) desenfreada. Eu queria ficar por dentro desse fascinante
novo mundo que se abria diante de mim. Busquei aprender novas técnicas,
ler histórias de outros fotógrafos, ver os bastidores de um sessão para
saber como fizeram aquele tal esquema de luz ou como se dirige uma
modelo. Queria viver fotografia! Sim, viver fotografia, e não simplesmente "viver da fotografia",
fazer dinheiro. Sentia a necessidade em não me limitar em aprender
apenas a operar corretamente os botões de minha câmera, visto que eu
cursava publicidade e sabia que toda boa produção ia além do limiar
técnico-chato. Precisava me inspirar, afinar a minha sensibilidade para
ser o mais criativo possível, buscando formas para aplicar minhas
ideias.
Apesar de estar limitado em equipamento e
conhecimento, nada disso me impediu de ser ou tentar ser criativo, pois
sempre tive claro em minha mente o que queria fotografar. Entre erros e
acertos, já usei pilhas de livros para apoiar a câmera e ficar sem
respirar por alguns segundos para fazer autorretrato, porque não era
possível fazer imagens nítidas com ISO alto; luminárias das mais
diversas já foram fontes principais de luz, tanto que já passei uma
tarde inteira tentando fazer fotos de pequenos bonecos em cima de uma
criado-mudo revestido com um pano preto e a luz era unicamente de um
abajur. Fiz muitas coisas de gosto duvidoso, mas também tenho algumas
belas fotos da época, unicamente por deixar minha curiosidade ser um
bicho solto.
O que quero dizer com tudo isso? Seja curioso se quiser ser criativo! Essa é a única saída para irmos além da mediocridade e conseguirmos o nosso tão sonhado “estilo fotográfico”.
Milhões de pessoas fotografam coisas parecidas todos os dias. É tão
verdade que, se eu trocasse os nomes dos autores de algumas fotos,
ninguém repararia.
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FOTO: ND |
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